quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Primeira Divisão Revolucionária

Em abril de 1925, foi fundada a Primeira Divisão Revolucionária, conhecida como "Coluna Miguel Costa-Prestes", ou simplesmente Coluna Prestes. Ficou decidido que Miguel Costa seria o comandante e Prestes, comissionado no posto de coronel, seria o chefe do Estado-maior. Até fevereiro de 1927, a Coluna percorreu cerca de 25 mil quilômetros pelo interior de dez Estados, em uma média de 33 quilômetros de caminhada diária. Os integrantes participaram de diversas lutas, até se refugiarem, invictos, na Bolívia. Os rebeldes do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Rio Grande do Sul encontraram-se no Paraná. Em reunião que contou com a presença dos paulistas Isidoro Dias Lopes e Miguel Costa, além de Prestes, decidiram realizar uma grande marcha para invadir Mato Grosso.


As duas forças tenentistas uniram-se e decidiram percorrer o interior do país, procurando o apoio do povo para novas revoltas contra o governo. Nascia, assim, a chamada Coluna Prestes, pois as tropas eram lideradas pelo capitão Luís Carlos Prestes.Durante mais de dois anos (1924 a 1926), a Coluna Prestes percorreu 24 mil quilômetros através de 12 estados brasileiros.
Sem descanso, o governo perseguia as tropas da Coluna Prestes que, por meio de brilhantes manobras militares, conseguia escapar das perseguições.Em 1926, os homens que ainda permaneciam na Coluna Prestes decidiram ingressara no Bolívia e desfazer, finalmente, a tropa. A Coluna Prestes não conseguiu provocar revoltas capazes de ameaçar seriamente o governo. Mas manteve acesa a esperança revolucionária de libertar o país do domínio da velha oligarquia.

Tenentismo!


O tenentismo foi o movimento político militar que, pela luta armada, pretendia conquistar o poder e fazer reformas na República Velha. Era liderado por jovens oficiais das Força Armadas, principalmente tenentes. Os tenentes queriam a moralização da administração pública e o fim da corrupção eleitoral. Pregavam a instituição do voto secreto e a criação de uma justiça eleitoral honesta. Defendiam o nacionalismo econômico: a defesa do Brasil contra a exploração das empresas e do capital estrangeiros. Desejavam uma reforma na educação pública para que o ensino fosse gratuito e obrigatório para os brasileiros. Desiludidos com os políticos civis, os tenentes exigiam maior participação dos oficiais militares na vida pública. Ou seja, queriam os militares mandando no país. A maioria das propostas do tenentismo contava com a simpatia de grande das partes médias urbanas, dos produtores rurais que não pertenciam à oligarquia dominante e de alguns empresários da indústria.

Olga Benário!





Filha de Olga e Prestes: Anita!
Olga Benário foi jovem militante comunista alemã, de origem judaica, entregue pelo ditadura getulista para ser morta pelo regime nazista em campo de concentração. Veio para o Brasil na década de 30, por determinação da Internacional Comunista, para apoiar o Partido Comunista do Brasil. Destacada como guarda-costa de Luís Carlos Prestes, tornou-se sua companheira, tendo com ele uma filha, Anita Leocádia Prestes.No Brasil, já casada com Luís Carlos Prestes, líder do movimento que entrará para a história brasileira como “Intentona Comunista”, Olga foi fundamental para o andamento da revolução. Morando no Rio de Janeiro, através das inúmeras reuniões, conviveu com todos os integrantes da liderança do movimento no meio do qual nasceram grandes amizades. Com o fracasso da revolução e a sua conseqüente prisão, Olga, grávida de sete meses, é entregue a Hitler por Vargas. Sendo deportada para a Alemanha e longe do Brasil, país que aprendeu a amar e respeitar, Olga Benario tem sua primeira e única filha, Anita Leocádia, uma alegria no meio de tanto sofrimento. Em um campo de concentração da Alemanha nazista, Olga vivencia os últimos dias de sua vida. Morta por um gás letal, ela ainda vive, mas como uma importantíssima pessoa que deixou o seu valor na história do comunismo mundial e que fez do seu ideal de vida um sonho para vários povos de todo o mundo.




Travesia de Santa Catarina e Parané pela Coluna Prestes!



A formação da 1ª Divisão Revolucionária representou a vitória da perspectiva aberta por Prestes de os rebeldes atravessarem o rio Paraná e marcharem para Mato Grosso, dando continuidade à “revolução” tenentista. Enquanto as tropas paulistas haviam sofrido uma séria derrota em Catanduvas (PR), a Coluna Prestes vinha do sul coberta de glórias. Nessas circunstâncias, Prestes teria um papel destacado à frente da 1ª Divisão Revolucionária. O general Miguel Costa tornara-se o comandante-geral, mas, reconhecendo a competência e o prestígio de Prestes, entregou-lhe, na prática, o comando da Coluna. A Coluna Prestes, que nascera no Rio Grande do Sul, partiu do Paraná revigorada pela junção com os rebeldes que se haviam levantado em São Paulo, a 5/07/1924.A Coluna, além de mal-armada , não contava com uma retaguarda que assegurasse o abastecimento da tropa. Baseado na experiência do 1º BF, Prestes transformou a tropa rebelde num exército, em que vigorava a disciplina militar e, ao mesmo tempo, era estimulada a iniciativa dos soldados. Sem uma disciplina rigorosa e um comando único e centralizado, as forças rebeldes seriam desbaratadas. Mas, sem a participação ativa de cada soldado, sem a compreensão, de parte de cada um deles, de que a luta era pela libertação do Brasil do governo despótico de Artur Bernardes, seria impossível garantir a sobrevivência de uma força armada tão diferente: não havia soldo, nem pagamento de qualquer espécie, ou vantagens de qualquer tipo, e se exigia, para permanecer em suas fileiras, um grande espírito de sacrifício e muita disposição de luta.
Com um núcleo fixo de cerca de 300 militares, mas chegando a ter em diversos momentos mais de 1.500 homens, a Coluna Prestes percorreu cerca de 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil, durante 2 anos e meio. Nesse temo, seus integrantes travaram mais de 100 combates, sem que nenhum dos lados saísse vencedor. No final, em fevereiro de 1927, a maior parte da Coluna retirou-se para a Bolívia, e, em março do mesmo ano, uma parte menor entrou no Paraguai. Em sua marcha pelo Brasil, os tenentes denunciavam a miséria da população e constataram de perto a exploração das camadas populares pelos líderes políticos locais. Assim, firmaram a convicção de que era preciso mudar a situação socioeconômica do Brasil e substituir o governo.